quinta-feira, 6 de novembro de 2008

BOTAFOGO: 90 ANOS DE HISTÓRIA

Cresci em uma família viciada em futebol. Meu pai não se profissionalizou porque seu pai (eu nem cheguei a conhecer o meu avô) queria ver o filho médico. Esse vontade do patriarca não foi realizado . E ele virou bancário. Coisas da vida.
E como somos da Vila Tibério, bairro de Ribeirão Preto, indiscutivelmente somos Botafoguenses.
Tem histórias divertidíssimas sobre o assunto. Um tio meu interrompeu a lua-de-mel para ir assistir ao um jogo do Botinha. Pode????
Bem, a matéria tem várias versões até chegar a essa. Tentei falar com algumas pessoas, entre ela o Juca Kfouri, sem retorno. Foram dois meses correndo atrás do Kajuru. Toda vez que conseguia o número do celular, ele trocava. Consegui!!!! Valeu o sacrifício!!!!! Espero que gostem!!!!!!




No ano que completa nove décadas o Botafogo ganhou como homenagem um livro contando a história do time. Essa iniciativa foi do jornalista Igor Ramos, corintiano de coração.
O escritor convidou para o prefácio de “Botafogo: Uma História de Amor e Glórias” os mais conhecidos ex-jogadores do clube: os irmãos Sócrates e Raí, ídolos do clube que começaram suas carreiras no time da Vila Tibério, bairro onde o time nasceu. ”Na minha primeira participação na Seleção Brasileira em Londres, ainda jogando pelo Botafogo, aprendi a amar esse clube”, comenta Raí no livro. Esse depoimento relata a importância do Botafogo para as pessoas que fizeram parte da história do time. “Botafogo, que me ensinou a chorar, sofrer, a sorrir, a sonhar e a fazer tudo aquilo que era possível dentro do imaginário...”, diz Sócrates.

Foi através da junção de três times que surgiu o Botafogo Futebol Clube em 1918.“Essa fusão foi muito importante para o Botafogo. Através dela o time tornou-se forte para disputar com outros clubes”, afirmou Ramos à revista Latitude 21.

O livro apresenta algumas curiosidades. Uma delas é a história do hino oficial do clube, que surgiu através da realização de um concurso promovido por Ricardo Christiano Ribeiro, presidente do clube na época, em 1972. Até então os torcedores não tinham uma canção para identificar o time e ser cantada nas partidas que o Botafogo jogava. Foram inscritas 13 músicas, sendo 11 compostas por uma única pessoa – Wanda Claissen –, e o ganhador foi o próprio Ricardo Ribeiro, em parceria com o ex-jogador Horvildes Simões.

A obra também lembra como o estádio Santa Cruz foi construído e fez parte de um projeto de urbanização da cidade. Com a intenção de povoar o bairro Ribeirânia, a construtora Inorp doou três hectares para o Botafogo. “A doação do terreno foi usado como chamariz, o bairro tinha sido loteado e para vender os terrenos a construtora usou desse artifício. A intenção era que os botafoguenses fossem morar lá”, conta o urbanista Carlos Alberto Gabarra. O estádio demorou 15 anos para ser construído e foi realizado na década de 1960. Antes desse projeto, no entanto, pensou-se em ampliar o estádio Luiz Pereira, onde cabiam 10 mil pessoas, hoje sede do poliesportivo, só que o espaço era pequeno e não tinha capacidade para ter estacionamento.

O livro de Ramos lembra a lenda segundo a qual o presidente Waldomiro Silva foi ameaçado de morte se o campo mudasse de endereço. Apesar disso, o novo estádio foi construído na Ribeirânea e, de acordo com o jornalista, teve inspiração no estádio nacional de Lisboa.

Um ponto marcante da história contada no livro foi quando o Botafogo subiu pela primeira vez à elite do futebol paulista, em 1955. A escalação do time contava com Machado, Julião, Fonseca, Dicão, Mário, Gil, Noca, Moreno, Ponce, Neco e Guina. Foram 32 clubes disputando a mesma vaga e, com uma boa campanha, o Botafogo ganhou o campeonato da segunda divisão. No ano seguinte, os torcedores puderam assistir a jogos com os grandes times da capital em Ribeirão Preto.

André Luís Tibério, diretor do Botafogo, gostou do livro e achou que o clube merecia essa homenagem. Assim que foi lançado, comprou um exemplar que hoje fica em cima de sua mesa. “O livro ficou muito bonito, bem feito. A história foi bem focada”, comenta. A única crítica que faz sobre a publicação é referente à sua cronologia. Ele acredita que o autor poderia ter seguido uma linha do tempo. “Mesmo assim isso não interferiu para o sucesso do livro. O autor não fez uma cronologia, o livro ficou diferente. É muito interessante e legal”, acrescenta André.

A obra de Ramos, no entanto, possui alguns deslizes, como as “glórias” do título. Para o autor, elas se referem, por exemplo, ao vice-campeonato paulista de 2001, mas a conquista não convence torcedores de outros times, como os do Guarani, campeão brasileiro há 30 anos.

No capítulo, “Fábrica de Talentos”, Ramos trata como craques atletas do Botafogo que se destacaram em outros times, como Gallo, Bordon, Júlio Sérgio, Cicinho, Leandro, Luciano Ratinho, Doni, Diego Alves e Douglas. Entrevistado pela Latitude 21 sobre o adjetivo, Jorge Kajuru, jornalista esportivo, discorda: “Já foi assim. Hoje não é mais. Tirando o Doni que está na seleção e o Diego Alves (goleiro), o Botafogo tem jogadores comuns”, comenta o apresentador do SBT, que não leu o livro.

Outro jornalista esportivo, porém, Helton Pimenta, discorda de Kajuru. “O Botafogo lança e sempre lançou craques, atletas que foram formados aqui e estão jogando em grandes times”, diz Pimenta, que não conhecia o livro quando foi entrevistado pela Latitude 21.

Apesar da polêmica a intenção do livro foi registrar cada detalhe que o Botafogo construiu em sua trajetória. Contar as suas derrotas e principalmente as suas vitórias. Narrar os momentos que fizeram parte da vida de muitas pessoas que torcem pelo time. “Quando eu era criança meu pai me levava a todos os jogos do Botafogo. Hoje, toda vez que vou ao campo, tenho a boa lembrança do meu pai, que faleceu”, disse Guilherme Busch, jornalista e torcedor do Botafogo.

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