sexta-feira, 14 de março de 2008

ATÉ A CLASSE MÉDIAS ADERE À COLETA DE LATAS



Nilce Aparecida da Silva, 64 anos, recolhe latas de bebidas para aumentar sua renda familiar, mas como a maioria dos trabalhadores da economia informal tem um desejo: “Gostaria de ter carteira assinada”. Nascida em Minas Gerais, ela chegou a Ribeirão Preto há 35 anos para trabalhar como empregada doméstica, mas a falta de oportunidades levou-a a uma ocupação nas ruas da cidade. Ganha por dia em média R$ 13.


Em Ribeirão, essa modalidade do mercado informal está presente inclusive entre pessoas da classe média. “Guardo latinhas dos churrascos que faço com a minha turma”, diz Hugo Campos, 21 anos, estudante universitário. Ele acha um desperdiço ter que jogar fora as latinhas de cerveja. “O dinheiro arrecadado fazemos outra festa”, acrescenta.


Há também quem recolha as latas para ajudar instituições ou pessoas carentes. É o caso do bancário Rodolfo Souza, 40 anos. “Sempre que tenho oportunidade recolho as latas das festas que vou ou as que faço. Depois entrego para pessoas que precisam.

Dessa forma ajudo de duas maneiras, na reciclagem e com a doação das latinhas para pessoas que podem vender e acrescentar em sua renda familiar”, acrescenta.


O valor do alumínio é de R$ 3,10 o quilo, segundo Aline Karen Pereira, funcionária de um depósito que compra o metal. Ela acrescenta que pessoas dos mais variados perfis aparecem no estabelecimento para vendê-lo: “Aqui vem todo tipo de gente. Desde os ricos, até mendigos em busca de R$ 1 para poder comer”, revela.


A procura de um emprego fixo garante vários benefícios, como direito a férias, 13º salário, dispensa em caso de doença e o seguro desemprego em caso de demissão.


O alumínio é o terceiro elemento mais abundante na natureza e o Brasil é o quinto maior produtor. A reciclagem não danifica a estrutura do metal e pode ser reaproveitado para fabricar vários outros produtos, como esquadrilhas de janelas, estrutura de metal, componentes automotivos, eletrodomésticos e em latas de bebidas


Nosso país é um dos maiores recicladores de alumínio do mundo, por preocupação com o meio ambiente, mas porque a coleta de latas e derivados gera um mercado de trabalho paralelo onde famílias inteiras sobrevivem dessa renda.


O mercado de reciclagem é incerto e o lucro é baixo. Apesar de ser uma alternativa de rentabilidade, as pessoas tem que trabalhar muito para conseguir levar às suas casas o mínimo de dignidade para se sustentarem.


É preciso que as autoridades atentem a esse nicho que vem crescendo cada dia. E dêem a eles um pouco mais de respeito e uma vida melhor.

Um comentário:

Alessandra Possebon disse...

ahhhhhhhhh q orgulho!
isso mesmo figurinha continue escrevendo :)
adorei o sobre o que escrever: ora essa vamos comemorar a vida!
é por isso que eu amo essa menina eheheh
um abração